segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Follow-up - Cervejaria Colorado

Não sei se por ironia do destino ou da equipe da Colorado, mas depois de usar o lançamento da Vixnu como exemplo de lançamento cervejeiro pouco acessível (vide o post "Geladeira sem novidades") ganhei uma versão única dessa nova cerveja: engarrafada e pasteurizada.

Tenho que agradecer à equipe da Colorado por me enviar duas garrafas de cerveja, como reposição para a Indica que eu havia comprado com defeito. (Como foi relatado em "O Mosto Legal - Cervejaria Colorado")



Na caixa que recebi havia alguns adesivos, sendo dois rótulos de Colorado Ithaca, uma garrafa de Colorado Indica e uma garrafa de Colorado Vixnu.

Já tomei e aprovei a Vixnu engarrafada e trocaria a minha Indica por uma Vixnu sempre que possível. Estava um tanto diferente do chope que havia experimentado no ano passado (quando essa cerveja ainda era conhecida como Double Indica). Se daquela vez parecia que estava tomando uma cerveja de maracujá, na versão nova e engarrafada o aroma de fruta estava bem mais comportado. Para resumir: a Vixnu que tomei agora se parece uma versão concentrada da Indica, aroma e sabor não diferem muito, apesar de mais intensos na nova cerveja.




A pergunta agora é: O que essa cerveja ganharia em qualidade se não fosse pasteurizada? Tá bom, o que ela perdeu quando foi pasteurizada? Imagino que a diferença seja muito grande, que justifique a opção da cervejaria de criar um novo sistema de distribuição refrigerada apenas para comercializar este lançamento. Já tentei experimentar o novo chope Vixnu por duas vezes, no bar Melograno, mas não estava disponível. Então terei que esperar a versão comercial em garrafa para poder compará-las.

Algumas outras perguntas também me vêm a cabeça. Se eu achei a Vixnu pasteurizada semelhante a Indica, será que, se a Indica deixasse de ser pasteurizada, ela também poderia ser muito melhor? Poderia ser uma boa opção já que haverá de qualquer forma uma nova logística para comercializar as cervejas "vivas".
Por outro lado, melhor não. Seria mais uma cerveja do portfolio da Colorado de difícil acesso.

Que fique claro! Eu reclamo porque adoro essas cervejas, assim quero poder comprá-las sempre que tiver vontade (e dinheiro). Pelo menos aqui na zona oeste paulistana a Colorado, junto com a Eisenbahn, são as cervejarias artesanais com melhor distribuição e custo/benefício. 

Ouvi dizer que a Indica está longe de ser o produto mais vendido da cervejaria. Sempre visito a seção de cervejas do grande supermercado aqui ao lado de casa e fico com impressão de que lá não sai mais do que uma Indica por dia. Mesmo assim é um território conquistado, seria muito decepcionante não ter mais Colorados a venda na esquina de casa. 

Minhas sugestões à equipe Colorado: Ou pasteurizem todas as cervejas do portifólio e as mantenham nas prateleiras dos supermercados ou emprestem aquelas suas lindas geladeiras envelopadas para todos os pontos de venda poderem revender suas cervejas "vivas".

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O Mosto Legal - Equipe Colorado

Para ficar claro que criticar não é só achar defeito e falar mal, o blog "O Mosto Crítico" também elogia.



Duas semanas atrás escrevi para a Cervejaria Colorado, através da seção "Contato" de seu website. Me apresentei como consumidor habitual e antigo da cerveja Indica e relatei que havia comprado uma cerveja com problemas. Ela não apresentava o aroma cítrico e herbal, características que mais aprecio naquela cerveja, mesmo sendo de um lote recente, com validade para junho de 2012.

Dois dias depois recebi um e-mail breve e muito educado da Bia Amorim (gerente de marketing da cervejaria) agradecendo meu feedback e se prontificando a repor a cerveja. Esse tipo de atenção pessoal e não-robótica é o mínimo que se espera de uma empresa séria. Mas o atendimento da Colorado não ficou nisso!

Passado mais alguns dias, recebo uma mensagem detalhada do Sandro Duarte (gerente de processo), listando todos os problemas que podem ocorrer durante a fabricação, transporte e armazenagem para causar a perda de qualidade que relatei. O Sandro também me relatou todos aprimoramentos que a Colorado tem realizado em seus processos para evitar que esse tipo de problema ocorra.

Uau! Devo dizer que a equipe da Colorado realmente se dedica a responder ao "Contato". Para quem já tentou usar esse tipo de ferramenta no site de outras cervejarias, grandes e pequenas, é fácil ser descrente. Eu mesmo já usei muito e as respostas sempre se dividiram entre robóticas, burocráticas e inexistentes. Mas o pessoal da Colorado me mostrou que pode ser diferente. Eu já era fã das cervejas Colorado, agora também sou fã da equipe Colorado.



terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Geladeira sem novidades

O site Brejas divulgou em primeira mão o rótulo e outros "detalhes" sobre o novo e esperado lançamento da cervejaria Colorado. Já havia experimentado essa cerveja em sua primeira versão, um ano atrás, e fiquei ansioso para  tê-la na minha geladeira e poder apreciá-la sempre que quisesse. Demorou, mas parece que dentro em breve ela será distribuída. Segundo o Brejas, a cerveja será engarrafada sem pasteurização e distribuída refrigerada. É uma ótima atitude para trazer ao consumidor uma cerveja com o maior frescor possível e todas as sensações que os lúpulos podem proporcionar. Por outro lado, já percebi que dificilmente irei encontrar uma garrafa de Colorado Vixnu para vender no mesmo ponto de venda aqui perto de casa onde compro as minhas Indicas.






A verdade é que, para quem é louco por cervejas artesanais como eu, sempre que há um novo lançamento vindo de uma das cervejarias que admiro, bate aquela vontade de provar, e mais, transformá-la em habitué da minha geladeira. Infelizmente isso costuma ser muito difícil de acontecer, minha geladeira continua habitada sempre pelos mesmos rótulos. Não que eu seja conservador, mas também não sou um ávido consumidor de cervejas raras, sazonais, com distribuição restrita e preços acima dos outros rótulos da mesma cervejaria. Entre as cervejarias artesanais com produtos facilmente encontrados aqui em São Paulo (Eisenbahn, Colorado, Bamberg, Wäls), é muito raro encontrar alguma novidade nas prateleiras, e quando há são geralmente cervejas sazonais, mais sofisticadas e caras que os outros rótulos de seus portfólios.Colorado Ithaca, Bamberg St Michael, Wäls Brut, Eisenbahn Weihnachts Ale... A lista vai longe. Bem mais difícil é fazer uma lista de novidades dessas cervejarias que sejam de linha, com distribuição e preço similar aos rótulos já tradicionais. Quando a Colorado lançou sua última novidade que custasse o mesmo que a Appia ou a Indica, e a Eisenbahn quando lançou uma novidade na sua linha básica? A Bamberg tem diversos novos lançamentos que não podem ser taxados de sofisticados ou caros, mas também são raramente encontrados sejam no varejo em garrafa ou servidos na pressão.

A impressão que tenho é que o mercado de cervejas artesanais ainda valoriza de forma desproporcional o exclusivismo em detrimento do consumo habitual. As cervejarias sabem bem que não irão ampliar suas vendas adicionando novos produtos à base de seu portfólio, em contrapartida ao lançarem rótulos sazonais ou de alto padrão ganham grande exposição na mídia especializada. Fique claro que não tenho nada contra esses lançamentos de grande qualidade, mas é difícil acreditar que os consumidores estarão enchendo suas geladeiras com alguma dessas novidades, eu sei que não irei.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Karavelle Barba Negra e a falta de estilo

Esta semana comprei, pela primeira vez, uma cerveja Karavelle. Estavam com ótimo preço no Supermercado Mambo, cerca de R$7 por uma 600ml. Escolhi a Barba Negra Stout. Comprei na fé de conhecer uma stout honesta, mais barata que a da Baden Baden. Porém, chegando em casa, li no rótulo do verso da garrafa que se tratava de uma autêntica Schwarzbier. De fato se trata de uma cerveja razoável, aroma intenso de café, sabor torrado, baixo corpo e final suave.

Mas fiquei confuso. Tá certo que as vezes Schwarzbiers e Stouts se parecem bastante em aparência, aroma e sabor. Não sou mestre cervejeiro, mas sei que há uma diferença básica no método de produção dos dois estilos: Schwarzbier é um estilo alemão de baixa fermentação, Stout é um estilo inglês de alta fermentação. Tentando esclarecer a confusão, entrei no site da Karavelle. Lá está claro que a Barba Negra é uma cerveja de baixa fermentação, apesar de estampar o termo Stout no rótulo.

Não acho que uma cerveja tenha que se enquadrar em algum estilo para ser boa. Algumas cervejarias americanas costumam rotular suas cervejas com estilos até então inexistentes, para deixar claro a visão inovadora de seu mestre cervejeiro, ou por pura ironia mesmo.

Por outro lado, se a cervejaria identifica seu produto com um estilo consagrado, o consumidor espera encontrar aquele estilo dentro da garrafa. Se for comprar uma Karavelle não espere por isso...

Ok, Ok. Os mais experientes podem me dizer que exatidão na nomenclatura das cervejas nacionais nunca foi o forte da nossa indústria cervejeira. O termo Stout já é usado a muito tempo para cervejas de baixa fermentação, vide a Caracú e a Xingú. O mau uso do termo Pilsen em nossas lagers aguadas já é notório . Mesmo assim esse tipo de imprecisão já não é tão comum. Cada vez mais os novos lançamentos cervejeiros recebem a nomenclatura lager ao invés de Pilsen, por exemplo. O que é realmente frustrante é ver uma nova micro-cervejaria, como a Karavelle, repetir os erros dos dinossauros da indústria cervejeira. Não levar em consideração a mudança de perfil dos consumidores, que conhecem mais a história e a cultura cervejeira, é um erro que pode atinge a credibilidade da marca, ainda pouco conhecida.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Novidades e artimanhas nos rótulos das cervejas “Premium”


É sempre bom ler com atenção o rótulo das cervejas, vez ou outra descubro alguma novidade. As mais recentes estão nos rótulos da Heineken, Budweiser e Stella Artois.

A nova lata da Heineken é bem bonita, com textura em alto relevo, foi batizada de Heineken Touch. Na caixa de papelão, há a foto de uma lata com as inscrições "Imported" e "Brewed in Holland". Não é a mesma lata que está dentro da caixa, mas a foto na caixa revela um curioso detalhe. A Heineken em lata agora é importada da Holanda, apesar de custar geralmente um pouco menos que a long neck (nacional). A verdade é que atualmente, a única cerveja Heineken fabricada no Brasil é a vendida em garrafa long neck (355ml). Pois tanto a lata (350ml), quanto o barrilete (5L) e a garrafona (650ml) são importadas. Pelo jeito, fabricar cerveja no Brasil vale cada vez menos a pena...

A Budweiser foi (re)lançada no Brasil e agora é fabricada aqui mesmo. No rótulo há uma inscrição inédita no mercado cervejeiro. Além da data de validade legal, que é de 180 dias desde a fabricação, o rótulo traz a sugestão para consumir a cerveja com maior frescor em até 110 dias. Ao que parece, para a Ambev, depois de 110 dias a cerveja até pode ser vendida mas já não está muito boa. Talvez esse alerta seja a contrapartida para a Ambev colocar no mercado a única cerveja nacional de seu portfólio sem aditivos. Mas será isso verdade?

A dúvida sobre a veracidade das informações nos rótulos das cervejas da Ambev surgiu quando li os rótulos da Stella Artois. A lista de ingredientes não é exatamente a mesma nas versões lata (269ml) e long neck (275ml). O que muda é que no rótulo da long neck o aditivo Antioxidante INS 316 (também conhecido como eritorbato de sódio) não consta da lista de ingredientes. Será que mudaram a receita da Stella Artois? Não é o que diz o SAC da Ambev. Segundo eles a cerveja em ambas embalagens é a mesma e o aditivo está presente.