quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Convenção de blogueiros: e se brinde virar convenção?



Muito se fala sobre o papel dos blogs na difusão da cultura cervejeira. Esse termo "cultura cervejeira" já está até bastante malhado, virou inclusive marca registrada de uma cervejaria mais esperta. Posso dizer por mim: não faço o blog com a pretensão de difundir a cultura cervejeira, minha intenção é bem outra:  fomentar o mercado cervejeiro, da perspectiva do consumidor. Diferente do que alguns pensam, entendo que o consumidor é um dos agentes do mercado, consumidores conscientes e bem informados favorecem o fortalecimento do mercado cervejeiro.

Diversos colegas blogueiros de cerveja convocaram uma convenção com o intuito de formar uma associação. Acho que é muito difícil juntar blogs com visões tão diferentes em uma associação sem que essa favoreça um dos lados. Não vejo sentido em participar de uma associação ao lado de blogueiros diretamente associados a cervejarias e importadoras ou que vivem de publieditoriais (mais conhecidos como jabá).

Um dos temas que será debatido na convenção é o da ética na informação. Querem estabelecer parâmetros e regras para o recebimento, por parte dos blogueiros, de brindes (cerveja de graça, óbvio) e convites para viagens (com tudo pago, óbvio).



Outro dia escrevi no Twitter que havia comprado novamente uma Indica baleada. Dias depois recebi um email da cervejaria se dispondo a me enviar uma garrafa nova.  Exatamente hoje que escrevo esse texto, recebi, pela segunda vez em menos de 3 meses, um brinde da Cervejaria Colorado. Foi uma caixa com duas garrafas de cervejas, a Indica e a Vixnu. Cerveja boa e de graça? Não sou louco de rejeitar, porém fica um incômodo.

Por mais que eu tente ser imparcial, depois de receber tanto presente da cervejaria será que minha opinião a respeito desta empresa mantem a mesma isenção de antes? Toda vez que fizer um comentário negativo a respeito de um produto da cervejaria eles irão me mandar um presente? Logo, pode parecer que sou ingrato ou que estou fazendo fumaça apenas para ganhar mais cerveja de graça. Essa atenção toda é porque sou um blogueiro renitente ou qualquer consumidor recebe a mesma atenção? Com ferramentas de comunicação como o Facebook e o Twitter qualquer reclamação pública pode ter uma repercussão inesperada, nem precisa ser blogueiro. Será que a cervejaria dará conta de apaziguar a todos?


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Cervejas importadas e suas incríveis promoções

Sempre me espanto com as incríveis promoções que só acontecem com cervejas importadas. Não é fato raro aparecerem promoções com descontos de 50% ou mais. Ontem mesmo o Pão de Açúcar ofereceu 50% de desconto em uma dúzia de marcas importadas.  Fico admirado quando vejo isso, até porque é raro no ramo de bebidas e alimentos importados, só acontece frequentemente com cervejas. Nunca vi descontos dessa proporção para chocolate belga, macarrão italiano, azeite espanhol nem vinho chileno. Mas o que será que o mercado de cervejas importadas tem de diferente?

Eu sei que entre alimentos e bebidas importadas a cerveja é o produto com os prazos de validade mais curtos. É comum cervejas importadas chegarem às prateleiras com menos de um ano de vida útil. Ainda assim me parece um prazo razoável para vender alguns milhares de cervejas. Mas infelizmente ainda tem muita cerveja importada que encalha nas lojas.

O mercado de cervejas importadas não parece estar encolhendo, afinal sempre tem novidade no setor e mais pontos de venda aparecendo. Se as importadoras não estão tomando um prejuízo atrás de outro, é sinal que aquele monte de cerveja sendo liquidada por baixíssimos preços já está de certa forma paga. Mas quem pagou? Provavelmente quem comprou a cerveja importada pelo preço cheio. Desconheço as margens de lucro do ramo, mas fica aparente que há muita margem para redução de preços. Será que preços menores diminuiriam o encalhe?

Agora já ficou claro que se a cerveja é nacional todos a querem o mais fresca possível, mas se for importada de uma cervejaria hypada esse papo de frescor vira frescura. Assim, consumidor antenado (ou duro) espera a cerveja importada ficar velha para comprar pelo melhor preço.



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Cerveja viva ou morta ?

A moda agora no mercado nacional de cervejas artesanais é fabricar cervejas vivas. Essas são cervejas engarrafadas, mas não pasteurizadas, e devem ser mantidas sob refrigeração todo o tempo para não estragarem. As cervejas das gaúchas Abadessa e Seasons são assim e em breve a Vixnu da Colorado também. Evidentemente essas cervejas são mais frescas e por causa da logística refrigerada, também mais caras.


Algumas cervejas importadas disponíveis no Brasil também são assim, não pasteurizadas, porém como também dependem de refrigeração constante, já devem estar mortas quando chegam nas prateleiras daqui. As cervejarias Anderson Valley, Rogue e Brewdog estampam em suas embalagens e seus sites com orgulho: "Não pasteurizamos nossas cervejas" ou " mantenha sob refrigeração". Eu já vi para vender produtos dessas cervejarias em diversos pontos de venda e posso dizer que não estavam armazenadas da forma correta para produtos tão frágeis. Todavia, tomei delas e não estavam perdidas, provavelmente estariam bem melhores se tomadas no país de origem, mas ainda não fui até lá para conferir.

O que me pergunto agora é se esse cuidado todo com as cervejas não-pasteurizadas é frescura para encarecer  as nacionais, ou se é desleixo com as importadas?